O presidente do Peru, Martín Vizcarra, deu um ultimato no domingo (29) ao anunciar que dissolverá o Parlamento se ele rejeitar um voto de confiança vinculado a uma reforma na designação dos magistrados do Tribunal Constitucional, com a qual tenta impedir que esta corte seja dominada pela oposição.
“Se o voto de confiança for negado, teremos que agir de acordo com a Constituição [que faculta ao presidente a possibilidade de dissolver o Congresso e convocar novas eleições legislativas]”, disse Vizcarra em uma entrevista ao programa Quarto Poder do canal América TV.
Vizcarra, que exibe a bandeira da luta contra a corrupção, afirmou que tem o “apoio político, social, técnico e em todos os sentidos” para dissolver o Parlamento controlado pelo partido fujimorista Força Popular e outros grupos opositores.
“Vamos agir em função do que manda a Constituição Política do Peru”, disse o presidente, ao insistir que a lei o respalda.
Voto de confiança
Nesta segunda-feira (30), está prevista uma sessão em que o Congresso designará seis magistrados do Tribunal Constitucional de uma lista de candidatos escolhidos pela oposição. O processo é questionado pelo governo pela falta de transparência e rapidez com que é organizado.
Em uma tentativa de barrar essa eleição, o governo apresentou na sexta-feira (27) ao Congresso um projeto de reforma para a nomeação dos magistrados, vinculando a esse projeto um voto de confiança.